10/01/2009
Final de ano: a maior loucura. Além de vestibular e o stress básico, companheiro meu de cada dia, minhas turbulências afetaram tudo ao meu redor: amizades, namoro, família, rotina.
A passagem do ano não foi das mais perfeitas, e nem foi das piores. Mesmo na contagem regressiva aquela núvem negra se recusou a me deixar em paz. Continuou me seguindo, segue-me até agora, chovendo em mim pequenos problemas a toda hora.
Conformei-me com ela, com todo o resto. Fiz o que pude para aproveitar e o que veio depois, sim, compensou. Pode ter sido a forma mais comum de resolver as coisas, talvez até um pouco temporária, mas foi satisfatória e - o mais importante - sincera. Não é só porque todo mundo faz que necessariamente não funciona também. Não poderia exigir nada mais do que tive para as minhas mudanças - eu sabia que só quem podia me mudar era eu, e não as situações daquele dia.
Dia 1º: Reflexões. Retrospectiva. Reformulação (de mim mesma).
"Fresh starts, thanks to the calendar, they happen every year: just set your watch to January, our reward for surviving the holiday season is a new year. Bringing on the great tradition of new years resolutions: put your past behind you and start over. It’s hard to resist the chance of a new beginning, a chance to put the problems of last year to bed. Who gets to determine when the old ends and the new begins? It’s not on the calendar, it’s not a birthday, it’s not a new year, it’s an event — big or small, something that changes us, ideally it gives us hope, a new way of living and looking at the world, letting go of old habits, old memories. What's important is that we never stop believing we can have a new beginning, but it's also important to remember amid all the crap are a few things really worth holding on to."
Não precisava de mais nada. Depois de tantas conversas, tantas lágrimas, tantos tapas na cara, eu sentia, no fundo, muita raiva de mim. Entretanto, sabia o que fazer: vi que essa raiva poderia ser algo melhor e logo ali transformei-a no estopim da minha mudança. Decidi a hora de mudar. E mudei. E agora eu falo e largo e me seguro e me controlo. E se estiver duvidando, não recomendaria que você pedisse para ver - veio de uma raiva, afinal.
Tudo ótimo, tudo lindo. Só que, convenhamos, não existe vida num mundo cor-de-rosa. Aquela núvem negra continua a me seguir juntamente com sua colega Lady Murphy - apesar de eu insistir que a companhia das duas me desagrada. Quem me deu ouvidos? Novamente: não existe vida num mundo cor-de-rosa.
Incomodações sempre vêm. Não passei no vestibular - e como quem sempre ganha de presente bons motivos pra se mutilar: foi por pouco. A grana que ia sobrar, ficou curta. Não vou viajar. Será que foi porque eu não pulei as 7 ondinhas? Ai, ai, ai.
Eu disse que estava preparada para o pior, que não tinha esperanças, que me conhecia: "vai dar tudo errado". Oi? Cadê?
Bem lá no setor dos fundos da minha mente, fazendo diviza com o primeiro setor do coração, existe uma porta com um sinal em letras garrafais: "NÃO ENTRE, OU IRÁ SE MACHUCAR" e muitos cadeados. Lá estavam as minhas verdadeiras expectativas. Estavam as flores, as borboletas, os sorrisos e os sonhos. Meu 2009, aparentemente, não vai ser nada de acordo com as minhas expectativas. A destruição deu o ar da sua graça e passou por aqui como um furacão. Minhas borboletas, sorrisos e sonhos viraram pequenos monstrinhos que apontavam pra mim e riam. Só que um último desses monstrinhos, um pouquinho encabulado, saindo por último e de fininho, fechou aquela porta, re-ergueu a placa, fechou os cadeados e me disse: "Quando eu me reconheci no espelho como um monstrinho, sofri. Mas tenho tentado fazer as coisas certas, sabe? Apesar deste kharma que já está em mim. Talvez, moça, você também sofra agora... Mas não negue a chance que lhe foi dada de fazer tudo certo mesmo assim."
E é só isso que eu estou tentando fazer. Por enquanto ainda dói. Mas quando a porta se fechou novamente e as minhas expectativas reais começaram a se reconstruir, uma das novas borboletinhas é aquela que diz que um dia essa dor ainda vai passar.
Marcadores: feeling blue, stress básico
marina b.,
18, pólis do sr. floriano peixe oco, da capitania hereditária de santa catarina, uma mistura de perfeccionismo, teimosia, stress, muita curiosidade, amor transbordante, algumas boas amizades, maternidade perfeita, valores, com uma pitada de angústia e inveja, porque todo mundo tem.
e uma
ESFP.
love:
aquelas pessoas especiais, as músicas certas nas horas certas, fotografia, cores, composição, palavras/notas musicais blended in perfection, ponta fina, janelas grandes para sentar e olhar, o mar, uma coisinha pequena e doce ao final de uma refeição, momentos de ócio criativo, filmes embaixo das cobertas ou no cinema, felinos e vaquinhas, sorrisos inesperados, demonstrações de afeto, transbordar mel, reconhecimento.
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