07/11/2007


for rafael

Eu me descubro ainda mais feliz a cada pedaço seu, a cada palavra sua, a cada tudo seu. Eu me descubro ainda mais triste a cada milímetro que me separa de você, a cada dia em que eu não o vejo e a cada oportunidade que eu perco de abraçá-lo.
Eu amo tanto o toque suave das suas mãos, o jeito bonitinho com que você se fecha quando eu o acordo e seu sorriso bobinho quando olha pra mim. Às vezes você é tão bobo e faz com que eu me sinta tão boba que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer.
Me dá vontade de propor um acordo: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, posso ficar só com você para sempre?
Eu descobri que tentar não ser ingênua é a minha maior ingenuidade. Eu descobri que ser eu mesma não dá medo, porque só em ser eu mesma já é ser muito corajosa. Eu descobri que vale a pena pensar em você por quatro horas, mesmo que o dia esteja explodindo lá fora e eu tenha uma longa lista de coisas para fazer (que agora estão bem atrasadas).
E quando eu já não sei mais o que sentir por você, eu lembro o cheirinho que eu sinto ao respirar perto da sua nuca e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam. E algumas que sei que existem também. Começo a querer filmes românticos, contos-de-fadas, clichê, sexo e de tudo um pouco.
Quando a gente vê um filme juntos e você me abraça, quando você toca violão e canta, quando estou cozinhando e você senta para me olhar, quando falamos alguma besteira e rimos juntos, eu sinto um daqueles segundos de eternidade que tanto assustam meu coração já acostumado com a fugacidade "segura" dos sentimentos superficiais. Você está renovando os meus sentidos. E se isso não for motivo para nascer, eu já não sei mais nada sobre este mundo.
E olho para você, com aquela camisa pólo que você acha desconfortável, e me vejo tão ao lado de um homenzinho, que me dá vontade de ser a melhor mulher do mundo. Eu tive vontade de ler, fazer ginástica, ouvir todas as músicas legais do mundo, cozinhar sua comida favorita, passar as suas roupas, arrumar o seu quarto, escrever um livro, ser mãe.E hoje, quando vejo o Sol se pondo, é como se eu visse que meu passado se pôs junto com ele. Eu sinto a alma clarear enquanto o dia escurece. E a cada novo dia que nasce, eu penso de novo e de novo sobre estar com você.
Eu o engoli; e você é tão grande para mim que dedico cada segundo do meu dia em digeri-lo. E não tenho mais fome. Mas eu tenho que ter fome, porque você não é namorado de nenhuma magrela. Eu sonho com você e acordo pensando em lhe dizer que eu estava mais gorda, e já vi de imediato você me dizendo que eu sou linda de qualquer jeito.
Eu tento disfarçar que você me deixa muito confiante, mas aí eu vejo as outras ao meu redor e não dá para evitar. Tudo bem, admito que de vez em quando não é bem assim, mas não posso negar que você faz bem o seu trabalho de fazer com que eu me sinta bem.
Algumas vezes eu tentei apontar defeitos na gente, tentei esmagar tudo com alguma sujeira... Mas você agora me dá preguiça da velha tática de fuga. Você me faz dormir por um CD inteiro numa rede de pensamentos e quando eu acordo, o mundo inteiro é verde. Verde, porque eu não gosto de azul e verde me deixa mais tranqüila.
Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer, porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo (ainda que a gente não esteja fazendo nada). Eu, que sempre quis desfilar a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, hoje só quero me esconder de tudo ao seu lado.
Eu limpei minhas mensagens e substituí por novas suas, eu deletei meus e-mails e deixei só os seus, eu estrangulei minhas esperas e encontrei meu homem. Eu risquei de vez todas as outras opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e deixei que ele se inchasse de ar limpo, como uma esponja. Uma espoja rosa, porque você me transformou em uma menina cor-de-rosa.
Você me transformou no eufemismo de mim mesma, fez eu me sentir a flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou as minhas pernas, fez-me voltar a ser doce e não temer o que você tinha para me dar. Você me fez procurar novamente por rosas em jardins e por sutiãs com moranguinhos. Você tirou as pedras da minha mão e me deu borboletas, que voam livremente pela minha barriga enquanto eu escrevo.
Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu lhe quero como meu ponto final.

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marina, 17:28
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marina b.,
18, pólis do sr. floriano peixe oco, da capitania hereditária de santa catarina, uma mistura de perfeccionismo, teimosia, stress, muita curiosidade, amor transbordante, algumas boas amizades, maternidade perfeita, valores, com uma pitada de angústia e inveja, porque todo mundo tem.
e uma ESFP.

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aquelas pessoas especiais, as músicas certas nas horas certas, fotografia, cores, composição, palavras/notas musicais blended in perfection, ponta fina, janelas grandes para sentar e olhar, o mar, uma coisinha pequena e doce ao final de uma refeição, momentos de ócio criativo, filmes embaixo das cobertas ou no cinema, felinos e vaquinhas, sorrisos inesperados, demonstrações de afeto, transbordar mel, reconhecimento.

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